
Enferrujado. Assim estava o meu coração à vista do romance no qual me dispus experimentar. Era uma bela cortesã, dessas que não destinava anos no comércio de corpos, pois logo aparecia um ou outro aventureiro de amor e pedia-lhe que fosse dedicadamente sua. E quem foi o apalermado que com uma única conversa deixou-se capturar por suas expressáveis qualidades? Eu, ora mais.
Sempre fui freqüentador de cabarés: dos mais luxuosos aos mais derribados, mas sempre presente. Para lhe ser sincero nunca fui de me deixar apaixonar por nenhum corpo que possuía, ao contrário, era um porco, desses que só ansiava uma satisfação e por isso não queria saber nomes, idades, condições, nem assuntos pessoais – era apenas eu e um suculento prazer. Não pretendia mudar o modo como via essa necessidade humana, até aquela mulher me aparecer.
Ela era novata no bordel de Firmina ou pelo menos tinha sido importada de algum lugar, porque nunca havia visto rosto tão destacado dentre a luz vermelha e a música sensual do ambiente. Sua boca era o que tinha de mais belo e atormentador – era incrível como sabia me provocar tantos sentimentos com apenas um gesto naqueles lábios de mistério e maciez.
Veio em minha direção como se de uma seleção minuciosa descartasse todos os outros e com uma certeza inegável parecia saber que seria seu. Não sou um homem de raros gostos, mas a beleza é um fundamento importante e isso era algo que ela possuía nas melhores medidas: Cabelos ruivos que de tão grande cobria a enorme tatuagem que tinha nas costas, olhos cor de metal (um cinza que não consigo descrever), um nariz que sozinho não seria bonito, mas que nela parecia perfeito. Tinha um corpo de delírios, umas pernas grossas e levemente tortas, uma barriga que permitia que houvesse em que pegar – contrária aquela mexicana que sempre dormia: osso puro! – seios pequenos, embora fosse atraído pelos fartos.
Enquanto caminhava até mim, eu examinava-lhe como quem faz com uma mercadoria. Estava com um vestido vermelho-sangue, mas não parecia vulgar. Tinha mais o tipo de atriz americana de filme antigo com o copo de Martine na mão e tudo o mais. Era impossível não se sentir atraído.
- É nova por aqui, atriz?
- Sou. Você que parece não ser, certo?
- Gosto das mulheres daqui.
- E o que achaste de mim?
- Dentre todas, é a que mais me atraiu.
- E por que não estava conversando com ninguém, homem?
- Porque não converso com quem durmo.
- Então não pretende se deitar comigo?
- Talvez. E você, por que não conversas com homem algum?
- Porque te escolhi.
- Por que a mim?
- Porque você precisa ser amado.
- Achas que não o sou?
- Se fosse, meu caro, não gostaria das mulheres daqui.
- E o que te faz pensar que gostaria de você?
- Porque sei que seu corpo e sua alma me querem.
- Claro! Isso não seria comum com qualquer outro?
- Não com tanta necessidade como você.
- Achas que já estou de amores?
- Você não quer, mas precisa me amar.
- É louca, atriz!
- Pense e eu te esperarei no Bar de Nubleis amanhã ao horário que o crepúsculo aparecer.
Encostou-me a boca em lábios e saiu, desviando-se dos homens que imploravam sua atenção.
Passado alguns minutos de resistência vi que não estava afim de sexo naquela noite e preferi voltar para casa.
O outro dia pareceu um sufoco das poucas lembranças que tinha da mulher do bordel. Minha memória tentava me atraiçoar com borrões de esquecimento, mas minha vontade de reviver aquele diálogo fez com que tudo ficasse nítido e gravado. Minha mente assimilava conversas a rostos e nomes. Como ela se chama? Não! Não posso querer saber o nome de uma puta, nunca quis saber de ninguém, por que o dela? Meus pensamentos estavam atrelados ao pôr do sol quando a veria novamente, meu corpo a queria, minha mente a clamava, meus órgãos pareciam que iam parar se não a tivesse.
Enquanto o sol estava caindo e o céu avermelhando-se, os lábios da atriz, com um sorriso estridente, convidaram-me para sentar.
- Toma algo? – perguntou o garçom.
- Um café, por favor.
- E você, senhorita?
– Um chá gelado, obrigada.
Novamente estava impecável. Usava um vestido básico para tarde florido e alegre. Seu cabelo preso a um rabo-de-cavalo, sandálias leves e mesmo batom vermelho.
- Você está linda.
- Foi pra ti.
- Falando assim parece que já gostas de mim.
- Decidi te amar, apenas isso.
- E por que quereria isso?
- Você não me ama?
- Han... Amar?
- Sim, amar!
- Não posso te amar tão rápido!
- Então não pensaste em mim nessas ultimas horas?
- Claro que pensei. Aliás, mais do que podia ser permitido.
- E não queres me amar?
- Você não é puta?
- Sou, ou era. Posso ser sua apenas.
- Não lembro a ultima vez que amei alguém. Acho que não sei se consigo.
- Você não precisa ter um roteiro a seguir, só precisa deixar ser amado e não impedir nenhum sentimento de aflorar dentro de si.
- Não tenho muito dinheiro se é isso que você quer.
- Recebo muitas propostas de homens ricos e até milionários. Fosse isto estaria com algum deles.
- Desculpe.
- Tudo bem.
- É que não entendo o que viste em mim.
- Não precisa entender. Nem eu ao certo entendo. As mulheres conseguem sentir quando é o homem de suas vidas.
- E eu sou o da sua?
- É. E quero que seja.
- Do que você precisa?
- Podemos morar juntos no meu apartamento, ir à praia de manhã e correr descalços, escutar músicas, comer um monte de besteiras e rir de toda nossa infância. Preciso de você por inteiro.
- Queres casar?
- Já fomos casados na eternidade.
- E se não der certo? Sou muito inconstante.
- Nos separamos e tudo voltará a ser como antes.
- Queres isso mesmo?- Mais que tudo, homem.
Deixamos o bar e fomos diretamente para seu apartamento, logo ali perto. Tivemos uma noite louca de amor. Nossos corpos eram mais familiares do que estranhos, pareciam ter sido escolhidos num tempo passado para serem perfeitamente acomodados um ao outro. No ápice dos meus embaralhados sentimentos não agüentei a abafada sensação de encontrar um sentindo para tudo: eu te amo, atriz.
- Beatriz.
- Como? - pensei ter sido só um sussurro de prazer.
- Meu nome. Beatriz.
- Prazer.
Sempre fui freqüentador de cabarés: dos mais luxuosos aos mais derribados, mas sempre presente. Para lhe ser sincero nunca fui de me deixar apaixonar por nenhum corpo que possuía, ao contrário, era um porco, desses que só ansiava uma satisfação e por isso não queria saber nomes, idades, condições, nem assuntos pessoais – era apenas eu e um suculento prazer. Não pretendia mudar o modo como via essa necessidade humana, até aquela mulher me aparecer.
Ela era novata no bordel de Firmina ou pelo menos tinha sido importada de algum lugar, porque nunca havia visto rosto tão destacado dentre a luz vermelha e a música sensual do ambiente. Sua boca era o que tinha de mais belo e atormentador – era incrível como sabia me provocar tantos sentimentos com apenas um gesto naqueles lábios de mistério e maciez.
Veio em minha direção como se de uma seleção minuciosa descartasse todos os outros e com uma certeza inegável parecia saber que seria seu. Não sou um homem de raros gostos, mas a beleza é um fundamento importante e isso era algo que ela possuía nas melhores medidas: Cabelos ruivos que de tão grande cobria a enorme tatuagem que tinha nas costas, olhos cor de metal (um cinza que não consigo descrever), um nariz que sozinho não seria bonito, mas que nela parecia perfeito. Tinha um corpo de delírios, umas pernas grossas e levemente tortas, uma barriga que permitia que houvesse em que pegar – contrária aquela mexicana que sempre dormia: osso puro! – seios pequenos, embora fosse atraído pelos fartos.
Enquanto caminhava até mim, eu examinava-lhe como quem faz com uma mercadoria. Estava com um vestido vermelho-sangue, mas não parecia vulgar. Tinha mais o tipo de atriz americana de filme antigo com o copo de Martine na mão e tudo o mais. Era impossível não se sentir atraído.
- É nova por aqui, atriz?
- Sou. Você que parece não ser, certo?
- Gosto das mulheres daqui.
- E o que achaste de mim?
- Dentre todas, é a que mais me atraiu.
- E por que não estava conversando com ninguém, homem?
- Porque não converso com quem durmo.
- Então não pretende se deitar comigo?
- Talvez. E você, por que não conversas com homem algum?
- Porque te escolhi.
- Por que a mim?
- Porque você precisa ser amado.
- Achas que não o sou?
- Se fosse, meu caro, não gostaria das mulheres daqui.
- E o que te faz pensar que gostaria de você?
- Porque sei que seu corpo e sua alma me querem.
- Claro! Isso não seria comum com qualquer outro?
- Não com tanta necessidade como você.
- Achas que já estou de amores?
- Você não quer, mas precisa me amar.
- É louca, atriz!
- Pense e eu te esperarei no Bar de Nubleis amanhã ao horário que o crepúsculo aparecer.
Encostou-me a boca em lábios e saiu, desviando-se dos homens que imploravam sua atenção.
Passado alguns minutos de resistência vi que não estava afim de sexo naquela noite e preferi voltar para casa.
O outro dia pareceu um sufoco das poucas lembranças que tinha da mulher do bordel. Minha memória tentava me atraiçoar com borrões de esquecimento, mas minha vontade de reviver aquele diálogo fez com que tudo ficasse nítido e gravado. Minha mente assimilava conversas a rostos e nomes. Como ela se chama? Não! Não posso querer saber o nome de uma puta, nunca quis saber de ninguém, por que o dela? Meus pensamentos estavam atrelados ao pôr do sol quando a veria novamente, meu corpo a queria, minha mente a clamava, meus órgãos pareciam que iam parar se não a tivesse.
Enquanto o sol estava caindo e o céu avermelhando-se, os lábios da atriz, com um sorriso estridente, convidaram-me para sentar.
- Toma algo? – perguntou o garçom.
- Um café, por favor.
- E você, senhorita?
– Um chá gelado, obrigada.
Novamente estava impecável. Usava um vestido básico para tarde florido e alegre. Seu cabelo preso a um rabo-de-cavalo, sandálias leves e mesmo batom vermelho.
- Você está linda.
- Foi pra ti.
- Falando assim parece que já gostas de mim.
- Decidi te amar, apenas isso.
- E por que quereria isso?
- Você não me ama?
- Han... Amar?
- Sim, amar!
- Não posso te amar tão rápido!
- Então não pensaste em mim nessas ultimas horas?
- Claro que pensei. Aliás, mais do que podia ser permitido.
- E não queres me amar?
- Você não é puta?
- Sou, ou era. Posso ser sua apenas.
- Não lembro a ultima vez que amei alguém. Acho que não sei se consigo.
- Você não precisa ter um roteiro a seguir, só precisa deixar ser amado e não impedir nenhum sentimento de aflorar dentro de si.
- Não tenho muito dinheiro se é isso que você quer.
- Recebo muitas propostas de homens ricos e até milionários. Fosse isto estaria com algum deles.
- Desculpe.
- Tudo bem.
- É que não entendo o que viste em mim.
- Não precisa entender. Nem eu ao certo entendo. As mulheres conseguem sentir quando é o homem de suas vidas.
- E eu sou o da sua?
- É. E quero que seja.
- Do que você precisa?
- Podemos morar juntos no meu apartamento, ir à praia de manhã e correr descalços, escutar músicas, comer um monte de besteiras e rir de toda nossa infância. Preciso de você por inteiro.
- Queres casar?
- Já fomos casados na eternidade.
- E se não der certo? Sou muito inconstante.
- Nos separamos e tudo voltará a ser como antes.
- Queres isso mesmo?- Mais que tudo, homem.
Deixamos o bar e fomos diretamente para seu apartamento, logo ali perto. Tivemos uma noite louca de amor. Nossos corpos eram mais familiares do que estranhos, pareciam ter sido escolhidos num tempo passado para serem perfeitamente acomodados um ao outro. No ápice dos meus embaralhados sentimentos não agüentei a abafada sensação de encontrar um sentindo para tudo: eu te amo, atriz.
- Beatriz.
- Como? - pensei ter sido só um sussurro de prazer.
- Meu nome. Beatriz.
- Prazer.
pois como comenta
ResponderExcluiralgo que ressalta
a impossibilidade
diante do amor.
só nos resta apreçia
pois da bela rosa
que nasçe dessa autora
ruje a essenssia do amor.
e quem diria que o amor
é de todos e sem restrição
como no fim do prazer.
meus parabens , por falar
do amor em sua realidade
mesmo em dificuldades da razão.
Jeampierre, meu amigo dos sonhos
ResponderExcluire dos comentários,
longe estou de louvar dignamente tal sentimento.
O meu é prosa, o seu é poesia,
mas eu garanto que tudo entra em harmonia.
Com rima eu acabo meu agradecimento.
caramba, perdãp pelas minhas palavras vugares
ResponderExcluirmais não tenho seu dó com as palavras
pois elas são o que eu sinto
e as regras literarias me prezão da perfeição
pois suas rimas e concordançia
se encerra na minha propria essenssia.
então louvemos as demostrações de vida
atraves das palavras, que permaneceram
perente a toda dificudade dos leitores...
então querida, ai de mim seguir seu ritmo
sua espiração e sua exposição de ideias.
mas estarei aqui, como devoto as suas linhas
e perente aos meus sonhos...
Aff..
ResponderExcluirNão sou compositor
Mas vou arriscar uma seleção.
História muito linda!
E cheia de emoção!
kkkkkkkkk³
HorriveL!
Mas é uma historia linda!
Gostei muito!'
Ah, Paulo, obrigada! Vamos cumprir o nosso trato, ein? kkkkkk
ResponderExcluirComo pode escrever tãão bem a minha picurruchinhaaa?? Texto lindo, perfeito. Historia emocionante. ;**
ResponderExcluirúú, alguma coisa tinha que sair de bom nessa minha cabecinha, ein? uahuahuha AMO!
ResponderExcluirAhh, adoro essa!
ResponderExcluirUma de suas mais belas histórias.
Fui a primeira a ler!!
VOCÊ USA DROGAS???
ResponderExcluirBEATRIZ PELO MENOS TENTOU SER FELIZ..
GOSTEI DELA!
;)
HAUAHAUHAUH
Eva, você foi a primeira a ler e uma das únicas a me encorajar nos meus sonhos. Você é muito em mim.
ResponderExcluiruhahuahuahu, não usei, bobão! Ela sabia desde sempre o que era pra ser seu...
ResponderExcluirSIM, [MEDO]..
ResponderExcluirTA INCOMPLETO SEU TEXTO!
;)
Não, LEITOR, eu como AUTORA sei quando está ou nao completo! uauhauhahuauhuha
ResponderExcluirIvana, que perfeito.
ResponderExcluirTô sem saber o que dizer.
Lindo.
.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirHosana, vindo de ti é realmente um bom elogio. Obrigada!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAh, muito obrigada! Beijo!
ResponderExcluirMuito boa a historia Ivana
ResponderExcluirContinue assim :D
Eita Pedro, só você pra aguentar as minhas dúvidas aqui...kkkkk
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMinha fofinha... seu texto esta lindo..maravilhoso. Depois de tanto tempo li uma prosa feita por você e estou maravilhada com o modo que expoem as suas palavras.
ResponderExcluirAMO...
Indara
Indara, meu amor, obrigada! AMO muito mesmo!
ResponderExcluireita muié...
ResponderExcluirmuito boa a história....
escreveu bem, em??
faça mais,
bom entretenimento...
bjos, tchau..
eita muié...
ResponderExcluirmuito boa a história....
escreveu bem, em??
faça mais,
bom entretenimento...
bjos, tchau.(gustavo)
Ei gustavo, muito obrigada! Volte sempre.
ResponderExcluirTe encorajarei até fim de minhas forças. Os sonhos são importantes, pois sem eles não teríamos pra que viver. O seu, é um que pode ser concretizado. Vá em frente! Em breve: Academia Brasileira de Letras (nunca desista disso).
ResponderExcluirEveline.
Sabe por que eu sonho tanto? Porque há amigos como você que não me deixam não sonhar! auhahau, ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS!!!!
ResponderExcluir