quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Bem-vindo amor

(Ivana Almeida) 07/09/09

O que realmente significa amar? Será mesmo uma necessidade que precisa de inesgotáveis artes para tentar expressá-la? Nos dias em que o amor me visita, eu me inspiro, procurando as melhores colocações – uma aproximação do que é senti-lo. Quase me saiu tão bem nesses dias quanto nos outros que ele vai embora e apenas resta o papel com frias lágrimas de memórias. Sim, o amor deve mesmo mover montanhas! Se consegue desestabilizar o mundo de alguém, então uma montanha não é lá grande desafio.
Por que o avesso de amar se aproxima tanto em significado com ele mesmo? São tão incontroláveis as palavras ásperas e cortantes para atingir a quem ama e odeia ao mesmo tempo quando se quer que aquelas sejam inesquecíveis, mesmo que em ferimentos. O amor é assim, enlouquece e toma posse da sanidade de qualquer um. Ainda que assustador, não trocaria jamais esse sentimento que leva às alturas das sensações, dos prazeres nunca descobertos, dos desejos que pareciam dormir profundamente. Esse que faz sorrir, que traz insônia e que nos deixa esgotados de tanta satisfação.
Eu não me importaria em passar dias planejando um único: aquele em que o amor se vestiria da sua melhor pelagem da reciprocidade. Este único dia me faria voltar ao papel e relembrá-lo em todos os outros que me restassem. São estas lembranças que quero ter quando estiver sentada, sozinha em um restaurante, com um copo de suco e com a inspiração dos romances dos filmes que nunca parecem se reduzir à realidade.
Talvez seja esse o problema de viver: muito amor avessado. Muita vontade de viver sem a covardia dos tantos “SEs” e da triste experiência passada. Não é justo o amor querer se aproximar e a sua ação ser impedida pela falta de entrega. Não é justo com essa humanidade! Então tudo parece sustentado pelo longo fio sentimental entre os poucos com boas histórias e os que não se deram a oportunidade de sequer tê-las.
Eu não rasgaria meus amores, nem tampouco os que quis esquecer, eu nunca teria um bom motivo para fazê-lo. Realmente gosto das músicas, dos livros, do perfume, das frases, dos beijos, mesmo que não possa recuperá-los, eu apenas gosto.
Não tenho nomes somente para recordar, tenho “eu te amo”, “é você quem eu quero”, “a mulher da minha vida”, “sim, eu quero casar contigo”. Isso basta.
Apenas ame com o que você tem, com tudo que você necessita, apenas se dê o trabalho de conjugar a felicidade, de conseguir ser amado... Apenas queira achar a solução do seu mundo e da pessoa que poderá se juntar ao melhor resumo da vida. Apenas ame sem rodeios, sem muitas dúvidas e grandes escolhas. Somente seja privilegiado por gozar da virtude de ter um coração.
Brinque de se casar no meio de uma praça; leve a sério todas as declarações; chore quando um amor morrer; emocione-se por um jantar romântico, pelo pedido de namoro. Seja contente pelas provas, pela confiança, pela fidelidade.
Talvez eu saiba bem a teoria, só preciso encontrar uma ‘prática’ disposta a todos esses riscos.
Fico feliz por saber que o amor existe, não seria bom sobreviver sem tudo isso.

Bem-vindo amor.