quarta-feira, 22 de julho de 2009

Pelos verbos que passei


(Ivana Almeida)

Eu só precisava ficar sozinha, sem a gravidade para me deixar rente ao chão. Apenas queria ir embora, sorrir um pouco mais e saber que a noite tudo estará sereno, pronto para um verdadeiro descanso. Enquanto todos progridem em auto-conhecimento, estou vagando dentro de um eu que parece indecifrável. Sou o avesso da minha consciência, e trocando em miúdos, não consigo ser exatamente aquilo que preciso e assim acabo me perdendo em tantas conclusões frustradas.
As palavras conseguem me desenhar quase que como uma fotografia, e quem diria que um dia eu as estaria procurando para essa função...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A medida certa


(Ivana Almeida)


Certamente não seríamos por muito tempo. Aparentemente estávamos fortes, queríamos tudo o que fomos, mas restaram tão poucas escolhas que, pela falta de uma sensata, desistimos.
Eu queria permanecer desde que me lembro sentir algo, mas a história não acompanhou o passar da vida, e foi ficando para trás, e foi estando imóvel do lado de fora das sensações diárias. É como se tivesse passado longo tempo e, ao voltar para casa, o sentimento tivesse ficado na mesma prateleira empoeirada que estavam todos os argumentos que precisei para pô-lo lá. Não foi fácil. Foram tantas as lembranças. Mas no profundo, foi o melhor que fizemos: foram tantos os desgastes.
Eu não preferi acabar, mas também não preferi deixar tudo como estava. Caramba! Numa explosão de exclamações eu admito: nós fomos intensos e eu nos amava por isso! Mas não sobrou muito do que sentíamos ser.
Nós nos colocamos sobre tantas razões que hoje eu preciso de algo menos que sentimentos para poder prosseguir e não querer esquecer tudo e pedir mais uma chance à dois.

domingo, 12 de julho de 2009

Permanente

(Ivana Almeida)

É leve, é sublime, é a melhor sinestesia: a de está em par com o Criador. O coração despe o oco e veste-se de um sorriso irresistível, de uma vontade de ser o que foi planejado na eternidade e de um amor que ultrapassa o natural - as gotas de vazio são preenchidas por um oceano de certezas. Se o Universo parece grande diante do ser humano, ainda maior é o amor de Jesus que nos escolheu – que somos tão pequenos - para receber seu sangue. E tanto nos foi oferecido... até próprio tempo foi criado para sabermos o quanto falta para estarmos ao Seu lado! Não daria para escolher outro, senão esse Amor.