
(Ivana Almeida)
Da vida provei o melhor: os amores! Foram horas, dias e anos de amor perdido, desde a sedução ao mais entranhável sentimento – e como fui feliz! Claro, tive alguns desprazeres, um ou outro sofrimento, mas nada comparado aos dias de glória. Mulheres de todas as formas, de tamanhos e de perfumes, sempre satisfeitas com as horas incalculáveis de agrado com o seu amante de passagem; fui conhecedor absoluto do corpo e da profundidade da alma feminina.
Fui. Hoje apenas coleciono nas margens de um caderno as fulanas tantas que passaram por mim. Estou velho e apaixonado - tem estado mais absurdo na vida de um ser vivo (ou ao menos pensante)? Uma Maria qualquer acabou tornando-se centro de mim, sendo a Maria Carlota da minha vida. Foi uma paixão tão inesperada que senti medo: medo do desconhecido, medo de admiti-lo, medo de torná-lo real, medo de tirá-lo de mim, medo do que não conseguia decifrar com minhas próprias experiências. Sabia que não estava pronto para um amor maior do que o concreto que eu sempre tive em mãos, era esse abstrato que me transtornava.
Quando nossos corpos se encontraram pela primeira vez, não era matéria ali: eram dois corações pulsantes, com sístoles e diástoles ritmadas pela musicalidade da valsa romântica. Nas minhas anotações no tal “caderno das recordações”, não consegui deduzi-la apenas em uma linha, mas em várias, e nas entrelinhas acabei por descrever o próprio Amor.
Minha mente não aceitou o fato de o meu coração se desprender e ter suas próprias decisões, e acabou fazendo com que me afastasse dos encantos da Carlota. Teria sido esta uma solução para continuar nos meus encontros noturnos, mas o maior problema foi uma correspondência simples e direta: “Você não ama sozinho, há mais que agonias para nos oferecermos. Sua muita, Maria Carlota”. Aquelas palavras, juntamente com as lembranças, desmoronaram em mim, e sua ausência foi preenchida gradativamente, até ficar extasiado dela própria.
Rendi-me à nossa união, e consequentemente a abdicação de outras aventuras.
Meu caderno de vida terá sempre essa página; esse rabisco de realidade que mais são versos de melodias romanescas. Das resoluções fotográficas, o amor venceu as lentes dos detalhes e se transformou claro e preciso.
Ivana de Alencar, lindo texto ;D, quero ver o livro 10 minutos :D
ResponderExcluirHuhahuhauua, Ah, pense! Acho que a única semelhança é morar no mesmo Estado! huauha, o cara é muito bom!
ResponderExcluir10 minutos já nas bancas! uhahuahau Louco!
Melhor parte da vida sempre serão os amores: encantos, desprazeres, discórdias...e como sabemos disso. Conseguiste expressar o quão importante o amor é, e mais, sístole e diástole eu realmente não esperava! Lindo texto, segundo melhor! Soube me tocar com suas palavras, como sempre. Confio em ti. Espero o livro logo logo!
ResponderExcluirtriste agora estou
ResponderExcluirpor outra escritura
linda, linda e linda.
poxa, como ?
como vc consegue
representar tão
perfeitamente
a mente do homem?
como vc consegue
fala no contrastre
extremo do coração
e a razão do homem?
como vc consegue
ir tão profundo
além do desconheçido
e retrata tamanha
emoção nas palavras?
como vc consegue
falar do amor,
se a realidade
nossa atual
torna ele raro
e sendo assim
dificil de comenta-lo?
( sera que vc ja amou de verdade,
. ou ama como ama a DEUS )
como pode ser tão cruel
a ponto de materializar
a ansia de um homem
em devoçao de um depois
em meio de repente amor?
vc sabe que amor
é a unica coisa
capaz de tanta vida
e levando ao leitor
a se emocionar
pois quem nunca amou...
parabens...
Faz parte do livro???
ResponderExcluirMuito bem escrito;), penas que não deu para vc mostrá-lo a mim quando estive por ai:/
Sua palavras são usadas de uma maneira admirável de qualidade e naturalidade. Há em você realmente um dom,; mas nunca esqueça: os dons esdificam a casa de Deus. Que os seus sejam utilizados principalmente para isso!
Parabéns, linda!
Bjoo=*
Érica Meneses
Eva, é amor ainda é tema em quase tudo que escrevo, nem que seja disfarçado... e o melhor é conseguir tocar as pessoas, isso é realmente bom! Confiança, ai ai!
ResponderExcluirJam, quem nunca amou? Para tocar, a pessoa do outro lado tem ao menos que ter sentido isto. é o melhor paradoxo que existe;
ResponderExcluirOw Erica, obrigada pelos elogios, e sim, estou mais certa que nunca que Deus é merecedor de adoraçao até nas minhas poucas linhas... Ah, não faz parte do livro, nao, aqui é aleatório...
ResponderExcluirDepois de um primeiro parágrafo beem Martinho da Vila (risos), um texto beem Ivana Almeida.
ResponderExcluirLindo.
Já tive mulheres de todas...
ResponderExcluirhhauahua, é bem ele mesmo!
Muito obrigada!
Como eu não havia desconfiado...
ResponderExcluirVocê é uma grande escritora, tem um jeito impar de mostrar as emoções, nunca (sinceramente) vi algo tão sereno e forte, sei que você tem um amor no coração, Deus sabe também e bem melhor que eu, ninguém consegueria expressar tão rara beleza em forma de poema se não houvesse um amor, você está de parabéns, devo confessar fui surpreendido, você é incrível. Parabéns.