segunda-feira, 20 de julho de 2009

A medida certa


(Ivana Almeida)


Certamente não seríamos por muito tempo. Aparentemente estávamos fortes, queríamos tudo o que fomos, mas restaram tão poucas escolhas que, pela falta de uma sensata, desistimos.
Eu queria permanecer desde que me lembro sentir algo, mas a história não acompanhou o passar da vida, e foi ficando para trás, e foi estando imóvel do lado de fora das sensações diárias. É como se tivesse passado longo tempo e, ao voltar para casa, o sentimento tivesse ficado na mesma prateleira empoeirada que estavam todos os argumentos que precisei para pô-lo lá. Não foi fácil. Foram tantas as lembranças. Mas no profundo, foi o melhor que fizemos: foram tantos os desgastes.
Eu não preferi acabar, mas também não preferi deixar tudo como estava. Caramba! Numa explosão de exclamações eu admito: nós fomos intensos e eu nos amava por isso! Mas não sobrou muito do que sentíamos ser.
Nós nos colocamos sobre tantas razões que hoje eu preciso de algo menos que sentimentos para poder prosseguir e não querer esquecer tudo e pedir mais uma chance à dois.

3 comentários:

  1. Ivana, quase que tu me faz chorar...
    ta lindo, como se fosse a transposição do que eu estou passando agora!
    Lindo, sem mais!

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  2. amei quando retratou
    uma pessoa nesse estado
    vendo por angulo externos
    e pelo sofrido coração.

    amei o 1 estrofe
    é o esborso fiel
    de um fim de um caso.

    e o :e pedir mais uma chance à dois.
    foi para fechar

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