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(Ivana Almeida)
Não era bem a melhor primavera. De um lado, meus olhos testemunhavam à nudez da natureza, a manifestação peculiar do tango dos pássaros e a orquestra dos grilos; de outro, uma solidão, filha da mãe! Não deveria ter permissão de ser único nessas situações. Sou a imagem desbotada que passeia pela cores naturais. Meus pensamentos alcançam dimensões absurdas: o existir da natureza e o meu Ser – mas parece que eu apenas consigo alcançar a realidade nessa loucura de ser alguém. Preciso de bem mais que o concreto; quero flutuar em todos os planos. Eu sinto que existo, mas estou repartido em frações de horas, de gostos, de amores, de pesadelos e de constantes rumores sobre mim. Por dentro estou rasurado, marcado pelas conseqüências das minhas inconstâncias, e minhas paixões, escassas pela falta de uso. Como usaria de sentimentos para conseguir ser em outra pessoa, se toda vez que penso, a solidão me nega essa possibilidade? Preciso saber quem sou para sobreviver em alguém.
muito bom....
ResponderExcluir"preciso saber quem sou para sobreviver em alguém".
uma critica pessoal:
ResponderExcluirkkk, sua representação da natureza
em disposição da visão do homem
é perfeita d+++, por vc ter conseguido
alinhar o real com o belo.
nem sei explicar,
se digo como suas palavras
mais uma vez voaram na beleza
por cada momento de cada pensar.
ou se lhe digo como vc
descrevel naturalmente
um pessoa contraida a sim mesma
pela dor de um propio sentimento.
ou sua conclusão que muitos sabios
ja morreram e não intenderam
o sentido de sobreviver...
fantastico tambem é vc jogar tudo
em um só contraste, retomando
a ideia de perdido e esgotado
por não conseguir mais viver.
é de chorar...
pois nenhuma razão
compreende a emoção
mais só o coração
é capaz de ter a paixão
de salvar um ser.
simplismente amei.
parabens , foi 100000000
Gustavo, obrigada pelos puxões de orelha para me fazer escrever :D
ResponderExcluirEssa Ivana ainda me mata de emocao *----*
ResponderExcluirO engraçado, Jam, é que todos nós, um dia, já passamos pela crise do 'ser e existir' como escutamos falar de Linhares Filho. Obrigada mesmo por, mais uma vez, tecer um bom comentário motivador.
ResponderExcluirNem quero que você morra Nóm ;D
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirpor nada Ivana...estarei cobrando sempre...afinal, gosto do seu jogo com as palavras...(gustavo)
ResponderExcluir"Não deveria ter permissão de ser único nessas situações". Há sempre alguém sentindo a mesma coisa. Alguém repartido, alguém rabiscado, alguém amassado, alguém queimando. O que muda é o ângulo e a resposta.
ResponderExcluirTanto é assim que me vejo nas tuas palavras.
E assim você me mata de orgulho, lindo, muito lindo. Dentre todos os outros (exceto As regras de Martez) esse me levou ao extremo dos meus pensamentos, fazendo me encontrar com meu eu perdido. Segundo melhor, belas palavras.
ResponderExcluirRumo ao livro!
Do pouco que entendi achei muito bom, principalmente esta frase ''...mas parece que eu apenas consigo alcançar a realidade nessa loucura de ser alguém.'' que retrata muito bem a grande luta das pessoas em busca do reconhecimento.
ResponderExcluirvou começar a ler Budapeste esses dias ^^
ResponderExcluirteu texto é meio que a antitese da minha postagem anterior... =]
"Sou a imagem desbotada que passeia pela cores naturais. "
ResponderExcluirPutz, ficou simplesmente lindo o texto Ivana!
Parabéns mais uma vez!
=*
Eii, eu tô excluindo meu blog antigo, mas espero ainda contar com tua presença, agora no blog novo
ResponderExcluirwww.euthiagoassis.blogspot.com
=]